Aos 25 anos de existência, a agência de branding Shift tem vindo a acompanhar a evolução das marcas. Miguel Reis, diretor criativo, explica ao Imagens de Marca quais as transformações e tendências a que vamos assistir nas áreas de design e branding em 2024.
“2024 vai ser um grande desafio. O aparecimento da Inteligência Artificial no ano passado acaba por ser uma prova de fogo para tudo o que está relacionado com marcas e identidade visual. A IA traz-nos uma panóplia de ferramentas enorme que pode ser explorada até à exaustão e que são potentes aceleradores do nosso método de trabalho em várias áreas na construção de branding, desde a pesquisa, a encontrar o ensaio perfeito, desde a prototipagem, da experimentação, tudo é possível”, explica Miguel Reis ao IM.
A tecnologia avança a uma velocidade estonteante e o maior desafio para as marcas é mesmo acompanhar a rápida transformação global onde tudo é possível, praticamente, em tempo real.
“Eu acho que da parte dos clientes há ainda algum receio em usar esta tecnologia. Claro que nós já usamos a IA nos projetos que temos, mas, por exemplo, ainda há pouco tempo um cliente nos pediu um projeto em que queria ter uma ideia igual à marca A ou B. E eu referi que o que o cliente queria era algo que não era real, estava a ser feito por IA, não era palpável, nem possível. Aquilo foi feito exclusivamente para as redes sociais, obviamente, para amplificar a notoriedade dessa marca. O meu cliente disse: não, isso eu não quero”, revela o diretor criativo da Shift.
Saber lidar com as expetativas de clientes e consumidores parece ser um desafio nos dias de hoje, e que se irá intensificar ao longo de todo o ano. Mas para Miguel Reis é importante que não se perca a autenticidade e, sobretudo, o propósito de cada marca.
“O aparecimento da IA também cria aqui uma quase preocupação oposta nas marcas em quererem mostrar-se mais autênticas, estarem mais próximas das pessoas, mais próximas das suas comunidades. Trazer algum realismo para as pessoas é fundamental. Por exemplo, os consumidores gostam que apareçam pessoas reais nas publicidades, histórias verídicas que trazem autenticidade à comunicação”, refere o responsável da Shift.
Valores como a sustentabilidade, diversidade e inclusão vão continuar a ser valorizados, tanto pelos consumidores como pelas marcas, e há já vários exemplos no nosso mercado.
“A Zara Home, por exemplo, abriu há pouco tempo uma loja onde contratou pessoas com deficiência, o que mostra que a marca é de todos e para todos. Temos também o Café Joyeux, que tem o mesmo propósito. Há menos filtros na forma como as marcas se relacionam com os diferentes tipo de comunidades. Quanto mais diversas forem as pessoas, mais inclusiva e universal a marca se torna”, acrescenta Miguel Reis.
No que toca à proximidade, o responsável da Shift refere que este será um ano de criação de boas memórias entre marcas e consumidores. Já quanto ao futuro da agência, Miguel Reis acredita num futuro risonho.
“O futuro do branding e do design prevê-se cada vez mais uma expressão genuína e autêntica dos valores das marcas. É crucial reforçar a capacidade de integração de novas e inovadoras tecnologias, mantendo a consistência, relevância, emoção e propósito no discurso das marcas. Esta autenticidade não deve ser vista apenas como uma tendência, mas sim como um imperativo que impulsiona as marcas a estabelecerem relações duradouras com um público cada vez mais exigente”, remata o profissional.
Este artigo foi publicado na Imagens de Marca.
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